A lei eleitoral proíbe doações às campanhas de candidatos, mas
algumas igrejas evangélicas têm infringido a lei e realizado doações
diretas em dinheiro a candidatos.
A prática é irregular, pois as entidades religiosas não podem
participar dessa maneira da disputa, por estarem interferindo
diretamente no pleito eleitoral.
Os candidatos que receberam as doações podem ser investigados por
abuso de poder econômico e ser cassados pela Justiça Eleitoral.
Uma das igrejas que realizaram doações é a Igreja do Evangelho
Quadrangular que aparece como doadora de um pastor que concorre à Câmara
Municipal de Alvorada (RS) pelo PP.
A Quadrangular também aparece como doadora no Paraná. Também a Assembleia de Deus de Serra (ES), contribuiu com R$ 1.250 para um pastor candidato a vereador pelo PT, segundo a Folha de S. Paulo.
Pela lei eleitoral, as igrejas podem ser multadas pela Justiça com base nos valores doados.
Com a proibição pela legislação eleitoral de propaganda política de
candidatos à frente de templos e denominações, líderes evangélicos estão
mudando suas estratégias de atuação.
Procuram agora apoiar candidatos a veredor que não pertencem aos
quadros da igreja, mas estão comprometidos com suas causas. Esta mudança
de estratégia tem o objetivo de minimizar a rejeição entre os
eleitores.
Segundo o cientista político Cesar Romero Jacob, da PUC-Rio, que falou ao O Globo, esta forma de atuação eleva as chances de crescimento da bancada religiosa.
Voto de cajado
Após a frequentes notícias associando denominações evangélicas a
candidatos políticos que estão disputando as eleições municipais, a
organização cristã Rede Fale criou a campanha “Contra o Voto de Cajado”.
A campanha alerta para a influência dos pastores sobre a escolha do voto dos fieis de sua igreja, como prática anti-democrática.
O pastor Ariovaldo Ramos, membro do Conselho de Referência da Rede
Fale afirmou que pastores não têm liberdade e autoridade diante de Deus
para indicar candidatos aos fiéis.
Segundo Ariovaldo, o líder religioso deve orientar a ovelha a
escolher por si própria o candidato de sua preferência. “O
condicionamento que o pastor tem da parte de Deus é de instruir a
ovelha a ser absolutamente autônoma, sujeito da sua história, tomar as
decisões da forma mais isenta possível, buscando programas que reflitam
os valores dos quais nós cristãos acreditamos”, completou, segundo o
vídeo gravado pelo grupo e postado no You Tube.
Também no Rio de Janeiro, o grupo Rennovario, formado por jovens
evangélicos de diversos segmentos, se organiza para realizar uma ação no
próximo domingo (23) contra o “voto de cajado”, segundo o NE 10.
De acordo com Maelyson Rolim, é necessário alertar os eleitores de
que não é permitido fazer campanha eleitoral dentro de igrejas. Líderes
religiosos também não podem induzir os fiés sobre em quais candidatos
votar.
“A Igreja não é serva nem senhora do Estado. Ela não pode ser usada para fins eleitoreiros”, resume Maelyson.
Fonte: Gospel+
Comentário J.E:
Quando Cristo não é o foco a religião não passa de um instrumento para manipulação das massas.