Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido? Sal. 2:1.
Por favor, não me deixe aqui mãe”, foi
o clamor desesperado da pequena Alana, naquele trágico dia em que os
seqüestradores chechenos se apoderaram da escola de Beslan, na Rússia.
Os seqüestradores forçaram Zalina a
abandonar a filha de seis anos, em prantos. Somente assim ela poderia
sair da escola salvando o filho de dois anos. Escolha terrível! Fazer o
quê? Morrer ali com os dois filhos, ou salvar pelo menos um? As horas
seguintes para Zalina foram literalmente o inferno. Cada segundo parecia
ser uma labareda de fogo de sua própria consciência. Imaginava o que
estaria acontecendo naquela noite com Alana, no assustador ginásio ao
lado dos seqüestradores. Graças a Deus, no dia seguinte, ela teve de
volta sua filha. Coberta de sangue, em choque, desidratada, mas viva.
Zalina sabe que um dia terá que olhar
nos olhos de Alana e explicar por que teve que fazer aquela difícil
escolha. “Isso deixa marcas”, ela se recrimina, “nós duas nunca mais
seremos as mesmas.”
Séculos atrás, numa montanha
solitária, pendurado numa cruz, Jesus exclamou: “Deus Meu, Deus Meu, por
que Me desamparaste?” Não existe pior sentimento que o de solidão e
desamparo. Você olha para todos os lados e não vê ninguém. O clamor de
Cristo era mais dramático ainda, porque Ele afirmou muitas vezes “Meu
Pai e Eu somos um”. O que foi que acontecera com aquela unidade
maravilhosa?
Na cruz, o Senhor Jesus carregou sobre
Si a culpa de todos nós e experimentou na própria carne a crueldade do
pecado. Ao carregar voluntariamente a culpa da humanidade, Jesus chegou a
conhecer o sentimento de desamparo e solidão que se apodera da criatura
quando se afasta do Criador.
Inutilmente, o ser humano tenta achar o
“seu” caminho sozinho, encorajado pelo existencialismo. O fracasso, a
frustração e o vazio parecem persegui-lo sempre. Por que viver assim, se
alguém já pagou o preço da culpa na cruz? É tão simples e ao mesmo
tempo tão difícil para o orgulhoso coração humano aceitar a oferta
divina. Mas é a única saída.
Medite na letra desta linda canção...