quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Homossexualidade - Preciso de ajuda para não pratica-la

Homossexualidade – algumas explicações e orientações para quem não deseja praticá-la
Thais Souza, psicóloga
Dr. Cesar Vasconcellos, médico psiquiatra

Homossexualidade é uma conduta desenvolvida ao longo de anos especialmente no convívio familiar no qual a pessoa faz escolhas muito sutilmente, muito inconscientemente sobre sua orientação sexual. A ciência não comprova que uma pessoa nasça homossexual. Ela pode nascer com muita sensibilidade afetiva – que influencia a formação da imagem sexual, mas não se nasce homossexual.
A homossexualidade é fruto de uma combinação de fatores: predisposição genética (que é diferente de nascer homossexual), acontecimentos no ambiente de crescimento da pessoa e sensibilidade pessoal. Uma pessoa pode nascer com predisposição genética para a homossexualidade e não desenvolvê-la, caso o ambiente no qual viveu os primeiros anos da sua infância contribuiu para isto. Como? Sendo equilibradamente afetivo e com modelos de imagem sexuais dos pais.
Além disso, se a pessoa conseguir ter uma sensibilidade afetiva não fragilizada, isso também contribuirá para que não desenvolva as tendências homossexuais, mesmo tendo uma predisposição genética.
Uma coisa é o preconceito contra homossexuais; outra é dizer que a homossexualidade é natural. Nenhum tipo de preconceito pode fazer parte da vida de ninguém. Ao mesmo tempo, a ideia de que a homossexualidade é natural não é uma verdade comprovada cientificamente.
A opção pela homossexualidade é realmente uma questão de escolha até certo ponto, mas isso também não significa dizer que exista um “terceiro sexo”. Do ponto de vista cristão, Deus fez homem e mulher, macho e fêmea (Gn 1:27). Dois gêneros que se completam fisicamente, psicologicamente e espiritualmente.
A homossexualidade é uma busca erotizada para suprir profundas necessidades de afeto. Claro que pessoas heterossexuais, infelizmente, podem também buscar na sexualidade exageradas compensações afetivas, que não conseguem ter numa relação em que o afeto fique na esfera do carinho, sem se voltar logo para o erotismo. Mas isto é um distúrbio e não uma normalidade nas relações afetivas humanas. Muitos heterossexuais têm compulsão pelo sexo e isso não é normal.
Geralmente um rapaz homossexual deve ter tido uma imagem masculina paterna muito fraca, apagada e, talvez, uma mãe muito dominadora e possessiva que tinha aquele filho como uma espécie de aliado para sua (da mãe) solidão afetiva conjugal. Se o rapaz teve também uma extrema sensibilidade afetiva para questões de afeto, ele pode ter desenvolvido uma ambivalência para com sua mãe, ou seja: por um lado sentindo apego exagerado a ela porque ela foi, para ele, “forte” e protetora.
Por outro lado, quem sabe ela tenha tentado compensar muito a ausência do marido e pai por meio do filho, fazendo do menino seu principal confidente e usando-o como companhia. Além disso, essa mãe pode ter sido possessiva ou castradora do desenvolvimento afetivo de autonomia e de autoestima. Isso pode ter gerado no rapaz uma raiva da mesma mãe e um distanciamento da figura feminina.
Por isso, quando adulto, ao se relacionar com uma mulher, por causa desse tipo de relação não saudável com a mãe, o rapaz pode gostar de se aproximar do sexo feminino enquanto houver apenas a sensação de proteção ou companhia. Consequentemente, pode se afastar das mulheres no âmbito amoroso por sentir-se incomodado, ameaçado ou inseguro quando houver manifestações erotizadas. Isso porque a imagem da mulher erotizada para ele pode significar castração, possessão, constrangimento, impedimento de sua liberdade interior e, portanto, desprazerosa. Veja o quanto o papel saudável da mãe é fundamental para uma visão saudável e positiva que a criança terá do sexo oposto.
Porém, isso não explica tudo porque há rapazes com a orientação homossexual que tiveram outro modelo de família, embora este seja o mais clássico para a homossexualidade masculina.
Interessante observar que o homossexual masculino gosta da presença e companhia femininas enquanto a questão erótica não estiver relacionada com tal aproximação. E, no âmago de seu ser, ao procurar um parceiro do mesmo sexo, parece que ele está buscando aprovação, carinho, proteção – mais do que sexo em si. Só que isso pode ser, geralmente, de modo inconsciente.
Um homossexual pode ter profunda angústia  (vivida não só como angústia, mas como tristeza, geralmente irritabilidade fácil, desânimo, culpa, etc.) que ele (ou ela) procura canalizar para a prática homossexual, assim como um heterossexual pode fazer isto com a sexualidade também.
Sexo em geral é prazeroso e, claro, é o contrário de angústia. Portanto, o sexo é um dos instrumentos mais comumente usados para o alívio ou o mascaramento da angústia que deveria ser enfrentada conscientemente para se encontrar soluções funcionais e equilibradas para ela.
É bem provável que, por vivermos em uma geração altamente angustiada é que temos, ao mesmo tempo, uma sociedade supererotizada. O detalhe é que poucos sabem que o vazio emocional permanece porque a solução para a humanidade não está na sexualidade, mas na presença interior do amor. Amor por si mesmo e pelo próximo sem necessariamente expressá-lo através do sexo.
Para uma pessoa que tem impulsos homossexuais pode ser tão difícil mudar seu comportamento como é difícil para um dependente químico deixar a compulsão para o consumo das drogas. Mas, a pessoa homossexual pode aprender a lidar com estes desejos, assim como uma pessoa alcoólatra consegue permanecer sem a bebida, mas ainda sentir vontade de beber. Não faço esta comparação para afirmar que a homossexualidade seja uma doença, mas para demonstrar que, se a pessoa decide não praticá-la, isto é possível e pode ser controlado.
Assim, muitos homens e mulheres que sentem impulsos homossexuais podem aprender a não se deixar levar por eles, e conseguirem mudanças comportamentais, se desejarem isto.
Há homossexuais que praticam o ato; há outros que sentem o desejo, não praticam e sofrem constantemente; e ainda há aqueles que sentem o desejo, não praticam, e aprendem a canalizar esta energia para outras áreas da vida sem passar o resto da vida com muito sofrimento. Não digo sem nenhum, mas sem muito sofrimento.
Algumas pessoas, entretanto, já relataram conseguir parar de sentir desejos homossexuais; são em menor número, mas acontece também.
Permanecer homossexual é mais uma questão de escolha pessoal do que de determinação biológica ou impossibilidade de mudança interior em algum nível como os citados anteriormente. Claro: não é fácil. Deixar as práticas homossexuais envolve uma luta interior imensa. Mas, quem não quer se entregar aos impulsos e desejos homossexuais pode aprender a lidar com a angústia que está por detrás dos mesmos e obter alguma mudança que promova paz interior.
Como? Listarei algumas dicas:
1. Se a pessoa deseja não seguir pelo caminho da homossexualidade, ela pode começar a evitar alimentar ou dar vazão a pensamentos com relação à homoafetividade. Isto pode se tornar mais fácil se a pessoa passa a evitar sites da internet, revistas e tudo o que a incentive a isto (Cf. Fp 4:8).
2. Ela também pode procurar se afastar de qualquer amizade com pessoas que tenham tendência homossexual. Não por discriminação a elas (afinal, somos todos iguais aos olhos de Deus), mas pela decisão que tomou de evitar se colocar em situações que estimulem o desejo homossexual. A pessoa pode seguir a sua decisão baseada nos princípios e valores os quais ela decidiu seguir.
3. É importante que o indivíduo não se pressione a todo tempo quanto a ter ou não o desejo homossexual. Nem sempre eles vão passar, mas a pessoa pode aprender a lidar com eles.
4. A pessoa pode canalizar a energia que seria direcionada para os contatos homossexuais para outras áreas da vida dela: desenvolvendo um trabalho que goste ou um estudo, tendo um hobby que a ajude a ter satisfação, fazendo exercícios físicos para a diminuição da ansiedade, tendo atividades na igreja, na comunidade, etc. Isto poderá não resolver a questão, mas ajudará a pessoa a ter outros canais de prazer, de alegria e de satisfação na vida, em suprimento e substituição do prazer vivido em uma relação homoafetiva.
5. Se a pessoa é cristã, recomenda-se que tenha um tempo diário com Deus, a fim de apresentar para Ele o que ela está sentindo (Fl 4:6) e receber dEle a força que precisa, assim como o alívio de sua angústia (Cf. Sl 34:18).
6. Conversar com alguém que seja neutro no assunto e que possa ajudar no sentido de ouvir e compreender, é muito importante porque traz alívio. Em muitos casos, um auxílio psicoterapêutico (com um psicólogo) ajuda a aprender a lidar com o sofrimento existente.
No entanto, se esta pessoa é cristã e deseja seguir seus princípios e valores, é mais interessante que ela procure uma ajuda de um profissional também cristão, por este ter um entendimento mais prático do que é desejar seguir a Cristo, deixando de lado os próprios desejos que não condizem com os princípios escolhidos por essa pessoa.
7. E, por último, se o homossexual acredita em Deus, é fundamental que jamais duvide do amor divino (1Jo 4:8, 16) por ele. O Criador ama a cada um incondicionalmente, e não faz acepção de pessoas (Rm 2:11). Ele está disposto a ajudar tanto hetero quanto homossexuais a serem felizes nessa vida (Cf. 3Jo 2), e a se prepararem para a vida futura que prometeu a todos aqueles que O amarem e O aceitarem como Salvador pessoal (Jo 3:16).

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