Certo rapaz pediu a um médico a mão de sua filha em casamento. O doutor negou. O pretendente foi tomado de muita surpresa, porém encheu-se de coragem e perguntou ao pai da moça: “Por que não posso casar com sua filha? Eu a amo.”
O médico respondeu: “Creio que você a ama.”
“Tenho condições de mantê-la”, disse o moço.
“Suponho que realmente você poderá mantê-la”, retrucou o pai da moça.
“Então, por que não posso casar-me com ela?”
Foi esta a resposta do doutor: “Minha filha tem um temperamento insuportável. Ninguém poderá viver com ela e ser feliz.”
O rapaz respondeu com um gracejo:
“Mas existe a graça de Deus.”
O médico sorriu com ares de compreensão. ”Quando você tiver a idade
que eu tenho, meu caro jovem, reconhecerá que a graça de Deus atua em algumas pessoas com as quais você não conseguirá viver.”
que eu tenho, meu caro jovem, reconhecerá que a graça de Deus atua em algumas pessoas com as quais você não conseguirá viver.”
Os problemas que surgem com o casamento não estão com a instituição. Estão com os seus integrantes. O problema sempre está com as pessoas. São as pessoas que precisam ser modificadas. Casais infelizes não estão descontentes com o casamento. Estão descontentes um com o outro. Portanto, o desafio do casamento não é apenas o de encontrar a pessoa acertada, mas também de ser a pessoa acertada. Muitas são as esposas que pensavam precisar de um novo marido, mas reconheceram que seus esposos precisavam de uma nova esposa.
Muitos casamentos se têm desfeito porque um dos cônjujes planejava intimamente modificar o outro após o enlace. Geralmente as coisas não funcionam assim. Se o destino de um ônibus está marcado para ser São Paulo, provavelmente seguirá nesta direção. Você não pode contar com uma modificação no seu trajeto após tomá-lo. Assim é com esposos e esposas.
Glenn Clark, escritor popular e editor norte-americano, fez a relação de algumas das bem-aventuranças de um casamento feliz. Uma delas é a seguinte: “Bem-aventurados aqueles casais que procuram em primeiro lugar fazer o seu companheiro feliz em vez de bom. Muitos de nós sentem que é sua obrigação tornar os seus companheiros bons e às vezes criam uma situação em que todos os familiares se tornam infelizes no decorrer deste processo. Eu me senti culpado disto, mas descobri que, se perseverarmos em procurar promover a felicidade do nosso cônjuge, seremos mais facilmente bem sucedidos no outro objetivo.
Falamos aqui de princípios sólidos nas relações interpessoais. São aplicáveis especialmente aos relacionamentos específicos no casamento no qual um lar tem de sobreviver ou extinguir-se. Mas os mesmos princípios básicos terão sucesso nos relacionamentos entre amigos, médico e paciente, empregador e empregado. Para nossa surpresa, notamos freqüentemente que a dificuldade não está entre duas pessoas mas dentro de duas pessoas, dentro do indivíduo. Mudar o seu próprio coração provavelmente será a maneira mais acertada e rápida de modificar o coração do seu companheiro.
Por que continuamos a batalhar com as lições mais simples do relacionamento pessoal quando devemos estar tomando um curso superior? Um casal foi consultar um conselheiro matrimonial depois de 19 anos de casados. O conselheiro disse-lhes: ” Vocês não têm passado por 19 anos de experiência matrimonial. Vocês simplesmente viveram o primeiro ano 19 vezes.”
Os segredos do sucesso matrimonial não se baseiam em ilusões, mas em realidades. Tenho certeza de que se colocássemos todo o ardor e esforços em nossos lares assim como colocamos em nossos trabalhos, teríamos muito êxito.
Tato e Introspecção
Estas são coisas inestimáveis no ambiente de escritório. São igualmente indispensáveis no lar. A natureza humana não responde carinhosamente à aspereza. Tato, portanto, é falar a coisa acertada, na hora certa, de maneira certa. Tato inclui não apenas palavras, mas também o tom de voz, a atitude, o ambiente, o motivo. Introspecção é a boa vontade de compreender o ponto de vista de outrem, tendo em mente a possibilidade de que pode ter razão. Ambos formam a terapêutica que alcança o interior de um coração magoado e evita uma crise. Sem tato e introspecção, o casamento, muitas vezes, se torna numa competição selvagem na qual cada companheiro procura magoar mais profundamente que o outro.
Por que devemos ser tão cegos ao fato de que também possuímos falhas? Todos nós possuímos pontos negativos na vida. E o casamento em si não os elimina. Mas queremos que, com a cerimônia nupcial, haja uma transformação automática e instantânea que solucione todos os problemas que tínhamos antes do casamento. Esta mágica é absolutamente impossível.
Adaptação
Uma moça de seus vinte anos sabe que leva tempo até se adaptar a uma nova colega de quarto num internato. Um violinista sabe que não se tornará um profissional a partir do momento em que toma pela primeira vez o violino em suas mãos. Mas esperamos que no casamento isto seja diferente. Podemos ser infelizes quando solteiros. Podemos estar descontentes na escola. Podemos estar em meio a conflitos com nossos pais. Mas esperamos que o casamento opere em nós, de forma milagrosa e instantânea, uma mudança completa tornando-nos pessoas extremamente felizes. Porém, na realidade isto não acontece assim.
Aceitação
Começamos a nos dirigir rumo a um lar no qual a felicidade reina a partir do momento em que começamos a aceitar a vida como ela é, e nossos cônjuges como eles são. Uma esposa jovem que estava casada havia três anos, entrou ligeiramente na sala do seu pastor, jogou seu casaco sobre uma das cadeiras e explodiu: “Sinceramente, Bill é a pessoa mais irritante, cabeçuda, independente e obstinada — ufff! Mas sabe da última? Estou aprendendo a viver bem com ele! O que lhe parece? Nunca poderia pensar que seria possível estar tão exasperada com um homem e ao mesmo tempo amá-lo tão carinhosamente.” Ditas estas palavras, saiu.
Paciência
É claro que, se você é normal, provavelmente já experimentou tensão matrimonial até certo ponto. Existem aqueles que dizem nunca haver discutido. Isto pode ser verdade. Ou pode ser também que simplesmente dão outro nome as suas brigas. Um esposo disse: “Nunca tivemos qualquer alteração durante nossos 30 anos de casados, porém entramos em sérias discussões que foram escutadas por vizinhos a uma quadra de distância.”
Todo lar, digo eu, tem alguns problemas. Alguns lares os têm mais do que outros. Um conselheiro matrimonial perguntou a um casal jovem: ”O que têm vocês em comum?” A esposa respondeu: ” Uma só coisa — nenhum de nós consegue tolerar o outro .”
John Milton, eminente poeta infeliz em seu casamento, certa feita escutou alguém dizer de sua esposa como se fosse uma rosa. Ele comentou: ” Não sou expert em flores, mas isto pode ser verdade porque sinto os espinhos diariamente.” Conta-se que a esposa de John Wesley costumava sentar-se na Capela de City Road e fazia caretas para seu esposo enquanto ele pregava!
Apreciação
Você trata sua esposa como uma posse legal? Ou está procurando, através de pequenos atos de bondade, juntamente com palavras de apreciação, proteger seu casamento contra a desintegração? Está o seu companheiro seguro de suas afeições? Sabe ele, sabe ela, que nenhum ataque de fora pode abalar a nau do casamento? As crianças sabem disto? Um perito em assuntos matrimoniais disse: “A coisa mais importante que um pai pode fazer pelas suas crianças é amar a mãe delas.” Quão depressa são as crianças abaladas por dissensão no lar! Somente quando sabem que nada pode abalar o alicerce da tranqüilidade doméstica é que elas podem ser felizes!
Você lembra — mesmo em momentos de crise — que sua esposa é uma pessoa, que seus filhos são pessoas? Você tem em mente sua necessidade do senso de segurança e do seu valor pessoal? Tem feito um esforço determinado para compreender estas necessidades? A tragédia ocorre, lares começam a desmoronar quando não sabemos compreender. O processo tem seu início através de pequenas negligências, pequenos desentendimentos, pequenas atitudes egoístas — até que finalmente surge constante intimidação e depreciação, até que a última faísca de identidade é sufocada e o coração é drenado de seu desejo de continuar aquela vida a dois!
Importunação, aquela tática demoníaca numa batalha psicológica é freqüentemente a culpada. Disse o sábio Salomão: ‘ ‘O gotejar contínuo no dia de grande chuva, e a mulher rixosa, são semelhantes.” Prov. 27:15.
Uma autoridade moderna diz: “A maioria dos casos de doenças induzidas emocionalmente, é resultado de um gotejar contínuo de sentimentos desagradáveis, ansiedades cotidianas, apreensão, desânimo e angústia.” — Dr. John Schindler em How to Live 365 Days a Year, pág. 13. Quem pode agüentar por muito tempo o tratamento do gotejar da torneira, especialmente quando procede de uma pessoa a
quem ama?
quem ama?
Comunicação
Como pode ser cons t ruída uma ponte a fim de que o abismo possa ser ultrapassado? Somente pela comunicação. Esta é a solução. A pedra angular na construção de um casamento bem sucedido está na prática de comunicação. Deve haver boa vontade de ambas as partes, sob quaisquer circunstâncias, para um diálogo franco, sincero e ponderado. Muitos desentendimentos poderiam ser sanados dentro de minutos se ambos os lados fizessem uma avaliação dos problemas, calmamente, com vontade de chegar a uma solução acertada. Não há nada mais destruidor num casamento do que o silêncio. Esta é uma brecha perigosíssima que tende ao desmoronamento do lar. Uma esposa me disse certo dia: “Você sabe como se sente quando o telefone toca e ninguém atende? Bem, é assim que me sinto.”
Existe uma vida inteira de comunicação pela frente de cada um de nós. Não seria sábio aprender melhor esta arte? O colapso da comunicação é uma das maiores fontes do problema nos relacionamentos humanos
— particularmente nos relacionamentos íntimos e contínuos do casamento. É impossível viverem em harmonia sem a devida comunicação. Se não nos comunicamos por palavras, estaremos nos comunicando através do nosso silêncio. E o nosso silêncio pode ser tão facilmente mal interpretado quanto as nossas palavras.
— particularmente nos relacionamentos íntimos e contínuos do casamento. É impossível viverem em harmonia sem a devida comunicação. Se não nos comunicamos por palavras, estaremos nos comunicando através do nosso silêncio. E o nosso silêncio pode ser tão facilmente mal interpretado quanto as nossas palavras.
Confissão
” Eu a amo .” Estas são palavras difíceis de se dizer num momento de tensão e desentendimento. Mas precisamos dizê-las. E, talvez, tenhamos que acrescentar três palavras ainda mais difíceis: “Eu estava errado.” Por vezes, o coração ferido não pode ser cicatrizado sem estas palavras. Não é de surpreender que o apóstolo Tiago tenha escrito: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados.” Tiago 5:16.
A esta altura, você perguntaria: “O que tem a ver a confissão com a cura? E simples explicar. A ciência médica já descobriu que o medo, a ira, o ressentimento, a amargura não somente constituem a base para o divórcio, mas realmente envenenam as funções de nosso corpo. A solução do divórcio pode também levar um indivíduo para o hospital. O corpo não foi feito para o ódio. Corpo, mente e alma foram feitos para a felicidade.
Um anúncio que vi, continha um desenho muito atrativo e dizia assim:
”Cubra o chão com ladrilhos e tenha um lar feliz!” Tracemos um paralelo. Com muita freqüência, ao enfrentarmos problemas em casa, pensamos que podemos remediá-los simplesmente cobrindo-os. Se há discussão ou briga, estamos prontos para cobri-las. Se as crianças estão intoleráveis e desobedientes, corremos para encontrarmos uma atenuante. Não. Fazer uso do “ladrilho” ou instalar ”carpete, congelador, ou comprar um segundo carro” a despeito de quão útil ou agradável, não é o segredo de um casamento duradouro.
”Cubra o chão com ladrilhos e tenha um lar feliz!” Tracemos um paralelo. Com muita freqüência, ao enfrentarmos problemas em casa, pensamos que podemos remediá-los simplesmente cobrindo-os. Se há discussão ou briga, estamos prontos para cobri-las. Se as crianças estão intoleráveis e desobedientes, corremos para encontrarmos uma atenuante. Não. Fazer uso do “ladrilho” ou instalar ”carpete, congelador, ou comprar um segundo carro” a despeito de quão útil ou agradável, não é o segredo de um casamento duradouro.
Em muitos lares, seus componentes procuram substituir coisas por palavras, responsabilidade por romance, tolerância por amor— e desta maneira mantêm a esperança de que as coisas hão de mudar.
Como vão as coisas em seu lar, amigo? É seu lar uma demonstração convincente de felicidade, parede-a-parede? Será que seus amigos invejam vocês e gostariam de saber o segredo?
E como estão as crianças, os adolescentes que fazem parte deste lar? Como é a aparência interna deste lar? Estão seus filhos planejando modelar seus lares usando a planta do lar de seus pais? Se o seu lar não é aquilo que você deseja, permita-me animá-lo a estudar seus componentes. Comece por você mesmo. Torne-se o cônjuge que deve ser — e veja como seu lar vai melhorar!