Para os críticos tal afirmação aliena os alunos e deve ser rejeitada, pois o Estado é laico.
Diante da polêmica criada com a publicação da foto de uma aula do
Colégio Adventista de Várzea Grande, Mato Grosso, a instituição de
ensino resolveu se pronunciar para esclarecer porque o professor de
ciências afirmou que os fósseis foram formados pelo dilúvio.
“Para que haja fossilização, são necessários (pelo menos) fatores
como sepultamento rápido (para evitar a decomposição do animal ou que
ele seja devorado por predadores/carniceiros) e grande quantidade de
água e sedimentos (…) pode ter havido um grande evento catastrófico no
passado que promoveu extinções em massa”, disse o texto.
O colégio não nega que seu ensino é pautado pelo criacionismo, mas
como a maioria dos alunos não frequenta a Igreja Adventista eles usam
outros argumentos científicos e lógicos para que os estudantes
desenvolvam o senso “crítico/comparativo”.
Mas para algumas pessoas, a aula ligando ciência e religião é uma
“alienação” e para muitos uma “piada”. Membros da Academia Brasileira de
Ciências (ABC) que atuam na área da genética ficaram preocupados com as
ideias transmitidas no colégio e disseram que elas são “retrógradas que
afrontam o método científico, fundamentadas no criacionismo, também
chamado como ‘design inteligente’ (…) sentimo-nos afrontados pela
divulgação de conceitos sem fundamentação científica por pesquisadores
de reconhecido saber em outras áreas da Ciência”.
A história só veio à tona porque um aluno tirou uma fotografia do
quadro com a explicação e postou em seu Facebook. O caso tomou
proporções maiores e direção da escola precisou se explicar, já que o
Estado é laico.
Para o jornalista Michelson Borges do site Criacionismo
há um exagero por parte das críticas, pois o colégio já informou que
também fala sobre o evolucionismo. “A educação adventista está presente
no Brasil desde 1896 e sempre foi conhecida por sua ética e pelos
valores morais que defende, princípios que transcendem bandeiras
denominacionais. O ensino religioso nas escolas adventistas tem como
base a Bíblia e não doutrinas particulares dessa ou daquela religião”,
escreve ele.
Ele acredita também que o objetivo da escola não é impor seus
conceitos religiosos, mas “colocar os alunos em contato com uma teoria
alternativa relacionada com o assunto das origens e ensinar um
evolucionismo crítico, que não varre para baixo do tapete as
insuficiências epistêmicas do modelo”.
Com informações Terra
Fonte: Gospelprime