Jornalista relata como foi viver durante um ano seguindo todos os ditames do livro Sagrado:
No dia 7 de julho de 2005, o jornalista norte-americano A.J.
Jacobs – um agnóstico – resolveu seguir a Bíblia com o máximo rigor,
empreitada que se estenderia por um ano.
De pronto, percebeu que “não cobiçarás”, o décimo dos mandamentos, era quase impraticável em uma cidade consumista como Nova York, onde mora.
Às 14h daquele dia, anotou que já havia cobiçado “o valor que o escritor Jonathan Safran Froer recebe para falar em público; o Palm Top Treo 700; a paz espiritual do cara da loja de Bíblias; a fama de George Clooney”.
Perplexo, Jacobs lembrou que o versículo mandava não cobiçar “a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo”. Concluiu que “o boi e o jumento não eram um problema para a Manhattan pós-agrária de Nova York”.
Essas e outras impressões estão relatadas em Um Ano Bíblico, em que Jacobs, 43, relata a experiência de ter vivido 365 dias de acordo com os preceitos do livro sagrado.
As restrições incluíam não fazer a barba, não blasfemar e não encostar em nenhuma mulher menstruada.
No tocante aos deveres, precisou apedrejar um adúltero (usou pedrinhas pequenas) e pastorear uma ovelha (alugou de um escritório que fornece animais para ensaios fotográficos).
Ao final, disse ter evoluído.
– Aprendi que, se você finge ser uma pessoa melhor, acaba, de fato, se tornando uma pessoa melhor – contou à reportagem, por telefone.
Jacobs já estava habituado a viver de forma obsessiva. Três anos antes, publicara o livro The Know-it-All (O Sabe Tudo), em que lera os 32 volumes da Enciclopédia Britânica.
Difícil seguir as regras a respeito das mulheres
Não se habituara, no entanto, a seguir tamanho número de regras (listou cerca de 700 obrigações).
– O cuidado com a pureza feminina foi o mais complicado – contou – A Bíblia diz que você não pode se sentar em um lugar ocupado recentemente por uma mulher menstruada.
Logo, durante uma semana por mês, ele se recusava a dividir o assento com sua mulher, Julie.
– Ela ficou tão irritada que passou a se sentar em todas as cadeiras de casa, para se vingar. Eu era obrigado a ficar no chão – lembra.
Um Ano Bíblico, de A.J. Jacobs. Tradução de Edmundo Pedreira Barreiros. Agir, 400 págs, R$ 49,90. [Fonte: DC]
De pronto, percebeu que “não cobiçarás”, o décimo dos mandamentos, era quase impraticável em uma cidade consumista como Nova York, onde mora.
Às 14h daquele dia, anotou que já havia cobiçado “o valor que o escritor Jonathan Safran Froer recebe para falar em público; o Palm Top Treo 700; a paz espiritual do cara da loja de Bíblias; a fama de George Clooney”.
Perplexo, Jacobs lembrou que o versículo mandava não cobiçar “a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo”. Concluiu que “o boi e o jumento não eram um problema para a Manhattan pós-agrária de Nova York”.
Essas e outras impressões estão relatadas em Um Ano Bíblico, em que Jacobs, 43, relata a experiência de ter vivido 365 dias de acordo com os preceitos do livro sagrado.
As restrições incluíam não fazer a barba, não blasfemar e não encostar em nenhuma mulher menstruada.
No tocante aos deveres, precisou apedrejar um adúltero (usou pedrinhas pequenas) e pastorear uma ovelha (alugou de um escritório que fornece animais para ensaios fotográficos).
Ao final, disse ter evoluído.
– Aprendi que, se você finge ser uma pessoa melhor, acaba, de fato, se tornando uma pessoa melhor – contou à reportagem, por telefone.
Jacobs já estava habituado a viver de forma obsessiva. Três anos antes, publicara o livro The Know-it-All (O Sabe Tudo), em que lera os 32 volumes da Enciclopédia Britânica.
Difícil seguir as regras a respeito das mulheres
Não se habituara, no entanto, a seguir tamanho número de regras (listou cerca de 700 obrigações).
– O cuidado com a pureza feminina foi o mais complicado – contou – A Bíblia diz que você não pode se sentar em um lugar ocupado recentemente por uma mulher menstruada.
Logo, durante uma semana por mês, ele se recusava a dividir o assento com sua mulher, Julie.
– Ela ficou tão irritada que passou a se sentar em todas as cadeiras de casa, para se vingar. Eu era obrigado a ficar no chão – lembra.
Um Ano Bíblico, de A.J. Jacobs. Tradução de Edmundo Pedreira Barreiros. Agir, 400 págs, R$ 49,90. [Fonte: DC]
tem doido pra tudo, seguir é facil, quero ver, é viver.